Costumes e tradições de Oliveira de Azeméis

07-03-2012 22:03

Continuamos a nossa viagem. destino: a nossa identidade.

Vamos visitar o passado, conhecer o presente para projectar o futuro.

As nossas tradições

 

 

Vestuários

Um factor de diferenciação era a quantidade de ouro transportado. Este era um factor de riqueza. Todas as mulheres tinham brincos. O poder económico e a riqueza viam-se pelo tamanho dos brincos, cordão e medalhas.

De acordo com pesquisas efectuadas em diferentes grupos folclóricos do concelho são: Traje domingueiro feminino, Feirantes, Camponeses, Moleiros, Padeira, Tremoceira, Regueifeira, Sardinheira, Romeiros, Carvoeiros, Barbeiro, Sapateiro, Galinheira, Leiteira, Vidreiro, Criados, Noivos (ricos), Noivos (povo).

 

 

 

 

Artesanato

Destaca-se o seguinte artesanato: escultura, olaria em grãos, artefactos em madeira, tanoaria, latoaria, cestaria, sacas e tapeçarias em tiras de farrapos, artefactos em arame, rodá­zios de madeira para moinhos e carros de bois, arcos de festa, vassouraria, cobres, vidro, escudelas, canastras e artigos em verga e vime.

 

 

 

Crenças/ Lendas

As crenças/lendas mais conhecidas dizem respeito ao Santuário de La-Salette. A imagem de Nossa Senhora de La-Salette, que havia sido esculpida no Porto, na oficina de Manuel Soares Oliveira, já desde 19 de Setembro de 1875, encontrava-se exposta na Igreja Matriz, esperando pela conclusão da sua capela.

Assim, no dia 19 de Setembro de 1880, foi entronizada a imagem e inaugurada a capela, dando lugar a grandes festejos que atraí­ram a Oliveira de Azeméis um número impressionante de peregrinos calculado em 15 a 20 mil pessoas.

Já na véspera, às 17 horas, o clero e a Comissão Promotora com a Filarmónica de Santiago de Riba-Ul e numerosos fiéis, procederam à benção da nova capela. E toda a noite se trabalhou para preparar a grande procissão do dia seguinte.

Em local tão isolado era preciso alguém que tomasse conta da capela e a abrisse quando necessário. A escolha da Comissão Patriótica recaiu num habitante do lugar de Cidacos conhecido pelo "Tio Martinho", homem honesto e cumpridor. Mas o "Tio Martinho" passou a andar preocupado: os roubos sucediam-se e não se descubriram os culpados. E atingiu o máximo de falta de respeito e heresia quando roubaram um valioso anel, levando-o com o dedo mi­nímo da mão direita que partiram a Nossa Senhora.

Assim, o "Tio Martinho", apesar de muito cansado, não pôs qualquer dificuldade quando a Comissão lhe pediu para ficar de guarda à capela durante a noite após as festas, dado que havia objectos de culto de valor que tinham servido nas festas, além da caixa de esmolas.

Passado pouco tempo, acordou com um barulho na capela, mas do sí­tio onde estava (escadas que davam acesso ao pequeno coro), não via nem era visto. Pegou na arma e, espreitando, viu um vulto junto ao altar. Não esperou por mais nada: Meteu a arma à cara e disparou. Apesar da pequena distância a que disparou (a capela era pequenina), o vulto continuou de pé.

O "Tio Martinho", que tinha outro cartucho na arma, aproximou-se intimando o intruso a manter-se quieto. E assim o manteve sob vigilância até ao amanhecer. Nesta altura fechou-o bem na Sacristia e saindo cá fora começou a tocar o sino da capela, ao mesmo tempo que gritava: “ladrões”. Em breve espaço de tempo tinha ocorrido muito povo, e cercando a capela, entraram no seu interior e prenderam o gatuno. Trouxeram-no para a vila e, na cadeia, foram examinados os ferimentos que se limitavam a alguns chumbos que tinham ficado à flor da pele e, caso curioso, o tiro tinha-lhe decepado o dedo mí­nimo da mão direita. Interrogado, confessou que tinha sido ele que algum tempo antes tinha roubado o anel e partido o dedo mí­nimo da mão direita da Nossa Senhora. O "Tio Martinho" voltou à capela e junto ao altar encontrou o dedo, ainda ensanguentado do gatuno. Curiosamente, tantos anos passados, e esse mesmo dedo ainda se encontra num frasco com álcool na atual capela.

 

 

Festas

Começando pela própria cidade de Oliveira de Azeméis temos as festas em honra de Nossa Senhora de La-Salette, na segunda semana do mês de Agosto.

Também há que destacar as desfolhadas.

 

 

 

Doces de Oliveira de Azeméis

 

 

 

Folclore

O concelho de Oliveira de Azeméis tem treze ranchos folclóricos.

A preservação dos usos e costumes, e o seu reviver, faz parte dos objetivos destas agremiações.

 

Gastronomia

Com ou sem influências da gastronomia de outras regiões, sobretudo da Beira Alta, Oliveira de Azeméis tem, na verdade, pratos caracteristicamente seus, confecionados por famí­lias que ficaram conhecidas na História do seu lugar, exactamente por esta ou aquela especialidade.

Seria interessante que os restaurantes do concelho apresentassem, a par das suas ementas habituais, estes pratos, como um contributo para a preservação da nossa gastronomia que, apesar de tudo, poderemos considerar, ainda, muito rica: Vitela assada no forno; Papas S. Miguel; Arroz de Ossos do Suã - Cesar; Borrego (Anho) à  moda de Fajões; Pão de Ul; Queijadinhas de cenoura; Formigos Cesarenses; Caladinhos; Beijinhos de Azeméis; Rabanadas; Sopa Seca; Rojoada com arroz de feijão; Nacão de porco (mais recente), etc..

Aqui ficam alguns dos pratos regionais mais reconhecidos como sendo oliveirenses. Também os doces e o pão de Ul enriquecem esta pequena lista, à qual muitas outras especialidades poderiam ser acrescentadas.

Tal como noutras regiões, a nossa gastronomia sofreu algumas influências, não menos positivas, advindas do facto de Oliveira de Azeméis ser um ponto geográfico de confluência de diversas culturas e etnografias. As Beiras interligaram-se e difundiram-se entre si. A gastronomia não foi exceção.

Já no tempo de D. Manuel, na Coutada do Côvo, eram frequentes as caçadas ao javali (porco bravo), ao coelho e à perdiz - entre outros, caçadas estas que se tornaram, anualmente, tradicionais.

No fim, havia sempre o assar dos animais caçados, as petiscadas no espeto... isto faz parte da história da Gastronomia nacional. Para além disso, o concelho possuí­a rios ricos, na época não poluí­dos, sendo a pesca privilégio são de alguns senhores.

A pesca dava origem a que fossem confeccionados determinados pitéus. Todos assados no espeto e servidos com arroz de forno em caçarolas de barro. Aqui existiam muitos tipos de peixe de água doce, com os quais se faziam certos pratos caracterí­sticos.

O Pão de Ul é caracterizadamente oliveirense. Com esse pão fazia-se a sopa seca. Era uma sobremesa fácil e barata, já que constava apenas de pão de Ul, açúcar amarelo, folha e casca de laranja, e, também, manteiga.

Lí­nguas de gato e morcelas, são apenas duas das muitas que a própria criada do Côvo aprendeu..

 

 

Património Arquitetónico

Casas senhorais

 

 
   

Na cidade de Oliveira de Azeméis destacam-se as seguintes casas senhoriais: Solar dos Morgados de Santo António, Casa dos Corte-Reais (Cidacos),  Casa dos Barreto-Feio, Casa da Famí­lia Albuquerque, a Casa do Brasileiro, a Casa Amarela da Família Adelino de Carvalho, a Casa dos Sequeira Monterroso, duas Casas já em elevado grau de degradação na Rua António Luí­s Gomes Filho, a Casa da Famí­lia Guerra e a Casa dos Monteiros.

Destacam-se também ao nível arquitetónico, um conjunto elevado de igrejas. Na cidade de Oliveira de Azeméis, situa-se, mesmo no centro, a Igreja Matriz, cujo padroeiro é S. Miguel. No que diz respeito a Capelas, podemos referir a Capela de La-Salette e a Capela de S. Lourenço. Paralelamente encontramos também as Alminhas de Passos e umas outras Alminhas das quais o nome é desconhecido, bem como é também desconhecido o nome de um cruzeiro existente em plena cidade.

 

Infra-estruturas

Locais de realização de eventos

Se devidamente adaptados para o efeito, muitos seriam os locais de Oliveira de Azeméis que podiam e deviam ser revitalizados através da realização de iniciativas recreativas e culturais.

A preservação dos usos e costumes tradicionais só pode acontecer de facto, se forem organizados e realizados eventos que motivem, promovam e facilitem a intervenção de uma maior e activa participação dos habitantes locais, e dos turistas por esta temática. O público deve ser estimulado a apropriar o património e a usá-lo, para, assim o poder preservar, proteger e amar.

Espaços ao ar-livre não faltam. Um projecto integrado de desenvolvimento turí­stico deve contemplar animação turí­stica junto a monumentos, praças, largos e ruas. Para além de revitalizar esse(s) espaço(s), o comércio local é incrementado, nomeadamente o dito tradicional, o que nos dias de hoje, e perante a conjuntura social e económica vigente, é imprescindível.

Na cidade de Oliveira de Azeméis espaços que merecem receber animação turí­stica: As ruas Bento Carqueja e António Alegria, Largo de S. Miguel e Jardim da Praça José da Costa; escadaria da Igreja Matriz; Largo da República, aproveitando o Solar dos Morgados de Santo António e os Paços do Concelho. Na área mais moderna da cidade, o Largo Luí­s de Camões ou o Largo do Gemini são, locais ideais para a movimentação de pessoas, para o incremento de animação turística.

Mas muitas iniciativas não podem ser realizadas ao ar-livre. Aqui os espaços são mais escassos: Cine-Teatro Caracas ou os cinemas Gemini, Salão Nobre da Cãmara Municipal e o Auditório da Junta de Freguesia de Oliveira de Azeméis, Salas do Hotel Dighton, Estalagem S. Miguel e restaurante Rainha (estes dois últimos atualmente encerrados). Para a realização de recriações históricas, o mais adequado são os espaços que, tenham um valor histórico significativo. Na cidade estes não abundam, a não ser a Igreja Matriz. Quintas e solares existem que podiam ser aproveitados para o efeito.

Por fim, o local mais aprazível do concelho: O frondoso Parque de La-Salette. O verde, as ruas estreitas e tí­picas ladeadas de árvores de muitas espécies, a basí­lica, o escadório e o padrão dos descobrimentos, os miradouros, o lago e a ponte, o coreto, as piscinas municipais, são possí­veis alvos de um Plano de Desenvolvimento Turí­stico. Contudo, há dois espaços neste Parque que se encontram encerrados e que, se devidamente recuperados, traduzir-se-iam numa mais-valia para o turismo: a biblioteca infantil e a denominada "Casa das Heras" (Berço Vidreiro). Este último poder-se-ia transformar num centro de interpretação e educação ambiental.

 

 

Hotelaria / Alojamento

Na cidade há três unidades hoteleiras de quatro estrelas: Hotel Dighton, com 100 quartos, dois restaurantes, bar, sala de conferências; Estalagem S. Miguel, no Parque de La-Salette, com 14 quartos, restaurante, bar e acesso directo à Piscina Municipal (esta última encerrada ao público); VER HOTEL RURAL DO CAIMA

 

Para além destas, destaca-se as duas casas vocacionadas para turismo de habitação; a Residencial La-Salette (2 estrelas) e a Pensão Anacleto (2 estrelas), ambas com restaurante.

No Pinheiro da Bemposta, situa-se a Residencial Pinheirense, com restaurante.